Blogagem Coletiva: Paz na Blogosfera Materna


A Genis, do Mamãe de Primeira Viagem propôs uma blogagem coletiva e eu não poderia deixar de participar. O tema convocado por ela foi a "Paz na Blogosfera Materna".

Quando resolvi criar o blog, o motivo era simples: registrar as minhas experiências como mãe e também era uma forma de deixar registrado o crescimento e desenvolvimento da Alice. Eu não fazia ideia da proporção do universo materno existente aqui na internet. Mas aqui eu conheci muitas mamães, aprendi muitas coisas, ensinei outras tantas, trocamos muitas experiências, muitas vivencias... E eu não tenho palavras para descrever o quanto isso é bom, o quanto isso é maravilhoso.

Só que eu e todas as outras mães que participam da blogosfera materna tenho visto muitos comentários desnecessários, muitas indiretas, muitas brigas. Tudo isso devido as diversas opiniões. E isso deveria ser uma coisa boa, toda essa diversidade devia nos mostrar pontos de vista diferentes, realidades diferentes, nos ensinar um outro jeito de enxergar a vida.

Mas não. Está na moda jogar verdades na cara, falar o que pensa sem ser questionado... E o pior é que ninguém se dá ao trabalho de se colocar no lugar do outro. Hoje, a necessidade de dizer está acima do bom senso.  Tem gente que só consegue pensar em si mesmo e esquece do outro. Respeito, gentileza, sutileza, saíram de moda. Simples assim. Viraram coisa do passado. Retrô.

E desculpe, mas isso é uma falta de noção sem tamanho. Geralmente as polêmicas são sempre sobre as memas coisas: amamentação, parto, colo, cama compartilhada... Eu não sei porque as pessoas não entendem que existem realidades diferentes, situações diferentes, crenças diferentes e opiniões diferentes. A gente não precisa concordar com todas, não precisa concordar com nenhuma se não quisermos, o que a gente precisa é ter respeito. Porque respeito é a base de qualquer relacionamento, seja entre um casal, seja entre amigos, ou entre duas pessoas que não se aturam (por que não?).

A gente pode sim falar e mostrar nossas próprias opiniões. Mas a gente tem que pensar duas vezes, tomar cuidado, principalmente quando nos expressar significa prejudicar ou magoar o outro. A gente tem que aprender a hora certa de NÃO dizer, a hora de calar. Porque tem horas, que isso é o mais sensato a se fazer. E vamos combinar, é exatamente isso que muitas vezes temos que fazer. Porque  vem cá, o que muda na minha vida se a fulana não amamenta, ou se ciclana enche o filho de porcarias, ou se beltrana quer fazer uma cesárea agendada... O que isso realmente afeta na minha vida?

Virou moda dizer tudo que se passa pela cabeça. Virou moda ser sincero a qualquer custo. A gente tem que aprender a usar o silêncio na hora certa. E repito: não é frescura, é educação. A gente pode - e deve - falar sobre nossas opiniões, nossos pontos de vista. Só que temos que aprender a falar de uma outra forma, com jeito, com cuidado. Uma palavra pode mudar tudo - para melhor ou para pior. A gente tem que aprender a usar nosso filtro. O que a gente precisa é de respeito, de gentileza. E de menos - muito menos - "sinceridade".

Agradecimento !

Antes de mais nada queria agradecer imensamente o carinho de vocês. No último post recebi um monte de comentário com dicas, com sites, com apoio. E fico muito feliz por ter gente do bem, gente capaz de te oferecer um ombro amigo, uma palavra amiga, um gesto amigo...

Porque essa dieta não é fácil. É chata, é complicada, é restritiva demais. Para alguém como eu, que ama comer, é mais difícil ainda. Claro que ainda estou me adaptando e vai ser mais fácil a cada dia que passa, mas a energia positiva e a ajuda que todas vocês deram me ajudaram muito, me incentivaram muito e me fizeram crer que eu sou capaz. Obrigada mesmo, de coração!

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Mudando de assunto, ganhei meu primeiro selinho. Nunca esperei ganhar nenhum, mas fui surpreendida pela querida Dayane do Mãe Aquarela que me presenteou com este selinho muito fofo.



Como ganhei, tenho que responder um mini-questionário:

Minha cor favorita: Eu gosto muito de coisas coloridas, mas a favorita é roxo.
Número favorito: 9. Não sei qual o motivo, mas tinha que ser ímpar.
Bebida favorita: Água. Bebo muita água. E no caso de bebida alcoólica: cerveja.
Dia favorito: Sábado.
Flor favorita: Flor de Lótus. Além de linda, tem um significado mais lindo ainda.

E agora a lista de 10 mamães que eu vou presentear com esse selinho:



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Só pra lembrar que a avaliação no Opiniblog que eu contei aqui, continua rolando. E peço para quem puder, comparecer dar a sua opinião para que eu possa melhorar esse cantinho, no qual eu escrevo com tanto carinho, cada vez mais. Basta acessar por aqui e dar a sua contribuição!!

APLV?

Começou com aquelas casquinhas que todos os bebês tem. Todo mundo me dizia pra eu deixar amolecer com óleo e retirar no banho. Mas nada resolvia. Sempre aparecia mais e foi começando a espalhar pela testinha dela, pelas bochechas... Alice foi diagnosticada com dermatite atópica e segundo a pediatra era, provavelmente, ligada ao leite de vaca. Pediu apenas que eu observasse se quando eu ingerisse leite ou derivados, pioraria.

Não tenho o hábito de tomar leite e nem de comer queijo, então nunca tinha prestado atenção nos outros derivados. Mas semana passada acabei tomando um copo de leite e percebi que Alice ficou com diarréia. Mas foi só isso. Nenhum incômodo, nada. A não ser a dermatite que piorou um pouquinho e nem com o remédio prescrito melhorava. Fiquei observando, mas nenhuma reação maior. Até sábado, quando durante a troca de fraldas eu percebi uns pinguinhos vermelhos no cocô. Coloquei a mão e percebi que era sangue. Bem pouquinho, mas era.

Liguei para a pediatra dela que nos atendeu no sábado mesmo. Segundo ela, mesmo sem outros sintomas, Alice provavelmente tem Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). E o que é isso? É uma reação alérgica a proteína do leite de vaca, aonde o organismo não reconhece uma ou mais proteínas do leite de vaca (caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina) e reage a elas. E é mais comum do que eu pensava, atinge cerca de 1 em cada 20 crianças.

Vamos fazer alguns testes, mas os exames não querem dizer muita coisa. Porque eles verificariam apenas a sensibilidade dela ao leite e não dignosticariam a alergia. O que eu tenho que fazer para termos esse diagnóstico é uma dieta de exclusão, aonde eu tenho que observar as reações da Alice após deixar de consumir com posterior reintrodução destes mesmos alimentos.

A dieta da exclusão é muito mais do que simplesmente não tomar leite e seus derivados. Eu não posso ingerir nada que contenha qualquer simples traço de leite porque não temos como mensurar a quantidade específica de traços e nem saber o quanto realmente a criança toleraria. Então leite, queijo, bolacha com leite, achocolatado, bolos, pães, sorvete e manteiga, são exemplos de alimentos que eu não posso consumir. Também tenho que ficar de olho nos rótulos dos alimentos industrializados, prestar bem atenção e estudar sobre isso. Mas por exemplo, Coca Cola eu não posso tomar. Não tem leite, mas tem corante de caramelo que pode conter leite.

E se não bastasse isso, ainda tenho que ter muito cuidado porque pode existir a contaminação cruzada. Que é a contaminação de um alimento por outro por contato ou durante o preparo. Por exemplo: Se ao elaborar uma torta sem leite você usar uma faca que cortou um queijo antes, mesmo que não tenha leite e derivados nos ingredientes da torta, poderá conter traços que estavam na faca devido à contaminação cruzada.

Então agora é prestar muita atenção, ter muito cuidado e bora fazer a dieta. É difícil sim, complicada, vou ter que abrir mão de muita coisa que eu como, vou ter que aprender a me alimentar de forma diferente. Mas se é preciso, eu tenho que fazer. Mesmo porque uma lata do leite com fórmula hidrolisada sairia em média 400,00 e também porque segundo a pediatra o leite materno ainda é o melhor remédio para o tratamento da alergia.

Então vai ser assim. Eu vou fazer essa dieta por 4 semanas e se ela melhorar a gente faz o teste de provação oral (TPO). Vou reintroduzindo aos poucos, e com supervisão médica, alguns alimentos e monitorando as reações. Se a criança não apresentar reação alérgica, há duas possibilidades:

- os sintomas não eram ocasionados por alergia alimentar, e sim por alguma outra doença;
- a criança apresentava alergia alimentar, porém desenvolveu tolerância (cura) durante as semanas de dieta de exclusão.

Se por outro lado o TPO desencadear alguma reação alérgica, o diagnóstico da alergia alimentar está confirmado.

Agora é ter paciência, aprender um pouco mais sobre isso, ter cuidado e me jogar na dieta! Afinal, ser mãe também é isso!

Opiniblog



Quando eu comecei o blog, não tinha intenção em participar dessa blogosfera materna. Meu único intuito era deixar registrado o desenvolvimento da Alice, compartilhar com os familiares as nossas conquistas e principalmente para registrar cada detalhe para que ela pudesse ler daqui alguns anos e entendesse cada escolha feita. Mas depois que a gente começa a conhecer, a gente se apaixona perdidamente por esse mundo voltado para as mamães. A gente começa acompanhar cada mãe, cada filho e a gente começa a conhecer, nem que seja um pouquinho, a pessoa por trás daquele blog. Então a gente se emociona, a gente torce, a gente vibra.

Não tenho a intenção de ser blogueira profissional, de ganhar dinheiro com o blog. Não sirvo para isso. Venho aqui quando tenho tempo, venho porque gosto, venho por mim. Mas esse mês, eu estou sendo avaliado pelo Clube das Mães e Pais Blogueiros, que é uma rede social voltada para mães e pais que estão presentes na Internet. E eu, com o Mamãe no País das Maravilhas estou participando de uma avaliação que é feita mensalmente e que leva em conta:

  • conteúdo: assunto de que o blog trata, se o autor traz temas interessantes e relevantes;
  • escrita/gramática: se a gramática costuma ser correta, se a escrita está bonita e elaborada e se possui erros de grafia ou não;
  • serviços oferecidos: vantagens que o blog oferece aos leitores, ajuda, sorteios...;
  • aparência: se o blog tem um desing bom, se combina com o tema, enfim se é bonito;
  • navegabilidade: se é fácil de se navegar nesse blog, encontrar as informações procuradas.

Então, gostaria de pedir a vocês que votassem e dessem a opinião de vocês sobre o Mamãe no País das Maravilhas aqui. Assim eu posso saber o que vocês pensam, o que estou levando até vocês e também posso ver o que estou deixando a desejar e melhorar cada dia mais. Afinal a intenção aqui é essa não é? Compartilhar conhecimentos, compartilhar vivências, ajudar e ser ajudada... E para isso, nada melhor do que a opinião de quem lê, de quem participa, de quem está sempre presente. Além do meu, outros blogs também estão participando. Para conhecê-los, basta clicar aqui que você poderá ver todos eles. E opinar também!

Sobre o Nascimento - Final

E foi assim que eu conheci a minha filha. O restante da cirurgia ocorreu normalmente, sem maiores emoções. Tenho que admitir que tive sorte, mesmo fazendo uma cesárea. Alice mamou ainda na primeira hora de vida, nasceu perfeitamente saudável, ficou o tempo inteiro comigo no quarto e todos os cuidados com ela eram meus. Não tive nenhuma reação a anestesia e a recuperação da cesárea, apesar de dolorida, foi tranquila.

O que não foi tranquilo para mim, foi aceitar que eu fiz essa cesárea, sem querer, sem precisar. Pode parecer bobagem para algumas pessoas, mas me incomoda demais falar sobre isso, me incomoda demais não ter seguido meus instintos, me incomoda muito viver em um país aonde as suas vontades não são respeitadas. Não tenho a intenção de achar nenhum culpado para isso, visto que eu tomei a decisão de aceitar a cesárea e pronto, mas diante de um médico cesarista, diante de uma família que achava melhor uma cesárea, acho que fui até onde pude. E onde consegui.

Claro que isso não influencia em nada no que sinto pela minha filha e no que vamos passar juntas, mas eu sinto que eu poderia ter dado a ela uma chance mais digna de nascimento, sinto que eu poderia ter dado a mim, uma chance de renascimento, de descoberta. E sinceramente, ainda falta em mim essa experiência, eu sinto essa falta. E não sei se um dia eu vou conseguir supri-la. E isso me dói.

***

Não tive a intenção nenhuma de vir aqui falar sobre os benefícios ou não de uma cesárea. Estou apenas relatando os fatos como ocorreram diante do meu ponto de vista e desabafar sobre algo que até então eu não consegui digerir. A minha gestação foi saudável e não havia nenhum problema que indicasse uma cesárea. Somado a isso eu queria muito ter entrado em trabalho de parto, queria muito ter pelo menos tentado, ter a minha filha de forma natural.

Respeito sim quem não se importa de ter tido uma cesárea ou mesmo quem desejou passar por essa cirurgia. Mas não foi o meu caso. Não era o que eu queria, não era o que eu buscava e é isso que me incomoda. Não ter sido respeitada, nem no momento mais importante da minha vida.

Sobre o Nascimento - Parte III

Depois de toda aquela burocracia de assinar os papéis, pedir autorização do plano de saúde e ser instalada no quarto, me entregaram aquela roupinha ridícula de cirurgia. Aquela mesma, com as costas aberta. Terminando de me vestir, a enfermeira apareceu com uma cadeira de rodas para me buscar. Fui levada para sala de pré parto.

Uma enfermeira, bem grossa por sinal, veio até mim e começou com um interrogatório. Eram uma série de perguntas das quais não me lembro. Estava com medo demais para prestar atenção nisso. E preocupada porque minha mãe ainda não estava ali, do meu lado. Colocada a sonda sensação horrível me levaram direto para o centro cirúrgico.

Enquanto meu médico não chegava, tive chance de conhecer o anestesista. E ainda bem. Acho que percebendo a minha tensão, ele começou a conversar comigo, a me acalmar. Lembro que começou falando sobre as minhas tatuagens e perguntando porque eu estava nervosa, do que tinha medo. Começou a me explicar sobre a anestesia, o que eu sentiria. Mas de uma forma muito calma, o que fez com que eu fosse me tranquilizando. Agradeço muito por ter encontrado com ele, ali, naquela situação. Nessas horas a gente vê o quanto alguém que te ouve, que te dê atenção nos ajuda. Durante a cirurgia toda, ele ficou do meu lado, mexia no meu cabelo por baixo da touca. Tive sorte.

Assim que tomei a anestesia, minha mãe entrou e sentou ao meu lado. A cirurgia não teve nada demais. Tudo ocorreu dentro do esperado, não senti absolutamente nada a não ser um desconforto e muita pressão. Meus braços abertos, como em um crucifixo, me impediam de ter qualquer movimentação. E a visão que eu tinha era a de um pano azul. Durante toda a cirurgia eu fiquei acordada, não senti sono, fiquei conversando com a minha mãe, esperando pelo nascimento da minha filha.

Não vi o nascimento da minha filha. E nem o senti. Só ouvi. Enquanto estava vendo aquele pano azul, ouvi minha mãe fazendo "own" e imaginei que ali nascia a minha Alice. Ela não chorou, apenas resmungou. O médico me disse que ela tinha um bocão e que era muito saudável. A enfermeira trouxe ela ao meu lado e eu não pude tocá-la, não pude beijá-la. Só consegui dar uma olhadinha rápida e me apresentar:

- Oi bebê, eu sou a sua mãe.

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